O BIM em saneamento básico é uma tendência no mundo todo, uma vez que permite desenvolver, acompanhar e gerenciar a construção real através de modelos virtuais com uma enorme riqueza de detalhes.
Diferente das plantas tradicionais em 2D, o uso do BIM em saneamento facilita o entendimento e o comportamento da construção durante todo o ciclo de vida do ativo.
Ao mesmo tempo em que tais modelos digitais permitem reduzir o tempo e custos dos projetos, o BIM possibilita a colaboração multidisciplinar entre os modelos digitais garantindo que as equipes de trabalho possam realizar entregas de alta qualidade.
Entretanto, o contexto atual do BIM em saneamento básico está longe do cenário ideal.
Afinal, ainda são poucos projetos que adotam essa mudança de processos, ainda que os processos BIM sejam necessários para atingir os objetivos do Marco Legal do Saneamento (Lei nº 14.026/2020) de forma consistente, como comenta Washington Luke, diretor de Empreendimentos da Valec.
A importância do BIM em Saneamento
Projetos de saneamento básico são vitais para o desenvolvimento e qualidade de vida dos moradores de uma região. Assim, são projetos complexos de alto impacto na área em que são instaladas.
Gerenciar todas unidades envolvidas em um sistema de abastecimento de água, como sistemas de captação de água, adutoras, elevatórias e estações de tratamento, para citar alguns, é um enorme desafio.
Nesse sentido, projetar novos ativos com ajuda do BIM em saneamento básico é crucial para:
Melhorar a gestão da informação;
Redução do retrabalho, o que reduz o custo e duração total do projeto;
Redução de riscos;
Redução de erros em documentação;
Automação de tarefas manuais, o que reduz os erros e previne riscos;
Melhoria de processo e fluxos de trabalho;
Melhor gestão do ativo durante todo seu ciclo de vida;
Projetos dentro do orçamento e com menor custo.
Vale destacar que a aplicação do BIM em saneamento permite concentrar, em um modelo federado, todas as informações e disciplinas de um projeto. Assim, todos os membros da equipe podem trabalhar de forma colaborativa, garantindo maior precisão e adequação das entregas.
O contexto atual do BIM no Brasil
Em janeiro de 2021 o Brasil deu seu primeiro passo oficial na implementação nacional do BIM em cinco órgãos pilotos: Exército, Marinha e Aeronáutica (Ministério da Defesa), Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Segundo Rodrigo Prada no 1° Anuário BIM de Santa Catarina, o estado foi o pioneiro ao ser um dos primeiros a adotar os processos BIM em seus editais de contratação.
Ademais, o Caderno de Especificações de Projetos em BIM elaborado pelo governo de SC é usado atualmente como padrão em licitações BIM.
Ainda há um longo caminho para a adoção BIM em saneamento básico em nível nacional. Entretanto, vemos cada vez mais eventos e associações com foco na disseminação dos processos BIM.
Usos do BIM em Saneamento no Brasil
O novo Marco Legal do Saneamento Básico incentiva avanços tecnológicos, o que inclui o BIM em saneamento.
É importante destacar que saneamento básico envolve diversos ativos essenciais para a população. Estamos falando, por exemplo, de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto, estações de tratamento, elevatórias.
Com um papel tão fundamental, o BIM em saneamento básico se faz essencial para elevar a qualidade dos ativos, melhorando o atendimento à população. Não é à toa que concessionárias como Sabesp já estão implementando o BIM a nível corporativo.
O 1º Anuário BIM CREA-SC trouxe cases de como o BIM trouxe a inovação para projetos de infraestrutura e saneamento. Como exemplo, o uso do BIM em saneamento para modernização da ETA-Piraí.
Fonte: 1º Anuário BIM CREA, 2021
O bim foi crucial para a composição de todas as informações e a comunicação dos dados do projeto. Aliás, o BIM foi o grande fator de inovação, uma vez que os projetos eram, até então, contratados e desenvolvidos nos moldes 2D.
Você pode conferir esse case de uso do BIM em saneamento básico e em outros projetos de infraestrutura na página oficial do Anuário BIM CREA-SC.
Conclusão
Ainda que os processos BIM já sejam obrigatórios em obras públicas e que os benefícios da adoção do BIM em saneamento básico sejam perceptíveis, ainda estamos longe do cenário ideal.
Apesar de termos alguns avanços, a falta de incentivos do governo também é um grande obstáculo à expansão do BIM em saneamento básico no Brasil.
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