O contexto atual do BIM para infraestrutura no Brasil
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O contexto atual do BIM para infraestrutura no Brasil

O uso do Building Information Modeling (BIM) em obras de infraestrutura está cada vez mais em destaque. Grandes obras envolvem equipes multidisciplinares e a gestão de informações pode fazer toda a diferença.


A implementação do BIM é um desafio e requer atenção nos pilares de políticas, de pessoas e de tecnologias. Em obras do setor de AECO, sua adoção pode trazer inúmeros benefícios. Tendo esses pontos em vista, este artigo visa trazer o Panorama do uso do BIM em obras de Infraestrutura no Brasil.


À luz do desenvolvimento do BIM em Obras de Infraestrutura no Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou em 2020 uma edição especial do Boletim ABNT, o qual apresenta ações e cases nos diversos segmentos da Infraestrutura.


Recentemente, o 1º Anuário BIM para Infraestruturas de Santa Catarina foi lançado por meio de uma parceria da Conexão BIM com o CREA-SC. O anuário, disponível aqui, traz os principais cases de usos do BIM em obras no estado e contou com o apoio da FF Solutions.


O Ministério da Infraestrutura (Minfra), em 2021, promoveu o I Encontro BIM para Infraestruturas com o panorama da implementação e experiências do uso do BIM.

A seguir serão elencados os principais segmentos da Infraestrutura, com os respectivos cases, conforme os materiais citados acima.

 

1. Aeródromos


Aeródromos incluem aeroportos, heliportos e campos de aviação, incluindo também edificações de apoio como terminais de passageiros.


A Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) em parceria com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) relançou em 2021 o Manual de Projetos Aeroportuários, prevendo o uso do BIM.


Já a Infraero, responsável pela administração de aeroportos no Brasil, criou uma série de políticas para a disseminação BIM na empresa. Hoje, estão em andamento projetos que utilizam a metodologia BIM em 20 aeroportos regionais.

Aeroporto Santos Dumont. Fonte: Boletim ABNT BIM para Infraestrutura


2. Rodovias


No âmbito nacional, o Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes (DNIT) instituiu o Núcleo BIM DNIT pela Portaria Nº 3624, de 25 de junho de 2021. As ações do Núcleo podem ser acompanhadas por aqui. Já no âmbito regional, ações do DER/PR podem ser destacadas. Recentemente, o DER/PR lançou o Caderno BIM para Infraestrutura Rodoviária.


Grandes obras rodoviárias estão em andamento no Brasil, e uma delas é o Contorno Viário de Florianópolis (SC).

Contorno Viário de Florianópolis (SC). Fonte: 1º Anuário BIM CREA-SC


3. Obras de Arte Especiais


Obras de Arte Especiais (OAEs) incluem pontes, viadutos, túneis e passarelas. As estruturas são construídas para transpassar um obstáculo, como rios e declives íngremes, e promover a movimentação contínua em rodovias e ferrovias.


No âmbito federal, o DNIT criou o Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas (PROARTE) para o gerenciamento das mais de 8000 OAEs distribuídas no território nacional. O PROARTE foi escolhido como primeiro projeto piloto do DNIT para promover a disseminação do BIM na autarquia.

PROARTE – DNIT.

4. Ferrovias


No Brasil, as ações da VALEC - Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. destacam-se na adoção e disseminação do BIM para ferrovias.


A Valec é responsável pela implantação de ferrovias no território nacional. Atualmente, está adotando o BIM integrado com Sistemas de Informações Geográficas (SIG), em projetos de pesquisa em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). Os eventos e documentos BIM da autarquia podem ser consultados no site institucional da Valec.


A Vale também está implantando BIM em seus projetos, como no caso da Ferrovia do Projeto Sossego, na província de Canaã dos Carajás (PA).


Vista da Pera do Sossego, Canaã dos Carajás (PA). Fonte: Vale


5. Sistemas Aquaviários


Os sistemas aquaviários contemplam os portos brasileiros, responsáveis por uma parcela significativa do PIB nacional todos os anos. A Portaria nº 1.104/2020 foi um marco para o segmento e incentivo para a modernização com o uso de novas tecnologias, dentre elas a metodologia BIM.


A Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA) está em movimentação para disseminar o BIM no segmento.


6. Saneamento


O segmento de Saneamento inclui diversos ativos essenciais para a população no abastecimento de água tratada e coleta de esgotamento sanitários. Inclui-se aqui as redes de abastecimento e de coleta, estações de tratamento, elevatórias, entre outros.


O novo marco do Saneamento Básico (Lei nº 14.026/2020) incentiva avanços tecnológicos, o que se pode incluir o uso do BIM. Empresas concessionárias como a Sabesp, cliente da FF Solutions, estão implementando o BIM e aumentando a qualidade dos seus ativos.


O 1º Anuário BIM CREA-SC trouxe cases de gêmeos digitais da região sul do país de Estações de Tratamento de Água (ETA) e Estações de Tratamento de Esgoto (ETE).


ETA Cristalina, Brusque (SC). Fonte: 1º Anuário BIM CREA-SC


7. Energia


No segmento de energia estão incluídos os sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.


A Eletrobrás promove iniciativas de capacitação em BIM. Um dos casos práticos da empresa é o da Subestação/UHE Mascarenhas de Moraes (MG), desenvolvido em uma parceria entre FURNAS e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU).


Na linha de gêmeos digitais, a ESC Engenharia apresentou no 3º BIM CREA-SC em 2021 o projeto da Subestação Bongi, em Recife (PE). O vídeo de apresentação pode ser visto aqui.

Fonte: ESC Engenharia


8. Óleo e Gás


Óleo e Gás (O&G) engloba sistemas de transporte, plataformas off-shore, estruturas submarinas, poços, refinarias, entre outros. Uma das iniciativas do segmento a serem destacadas são os trabalhos voltados para O&G da Universidade Federal Fluminense (UFF).


No Boletim ABNT BIM para Infraestrutura, André Maues (UFF) destaca a importância da Parte 4 (Recursos da Construção) da ABNT NBR 15965 (Sistema de Classificação da Informação da Construção). Os trabalhos da UFF podem ser acessados no repositório oficial da instituição: RIUFF


O uso do BIM em obras de infraestrutura pode trazer muitos benefícios e está avançando no Brasil. Muitas iniciativas estão surgindo para disseminar o BIM nos distintos segmentos.

E você, o que achou do Panorama do BIM na Infraestrutura? Deixe um comentário com dúvidas ou sugestões!

 

Matheus Lima é Engenheiro Civil pela Universidade de Brasília (UnB). Experiência em Projetos de Infraestrutura com uso do Building Information Modeling (BIM) e Geographic Information Systems (GIS). Atualmente aluno do Master BIM para Infraestruturas, Engenharia Civil e GIS da Zigurat Global Institute. Fundador da página no Instagram @bim_infra. Professor de cursos livres de Projetos de Estradas com os softwares Autodesk Civil 3D e Infraworks.

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